TEMPO DE SECA NO SERTÃO.
Tudo se torna um tomento
Se não chove  no sertão,
Secam açudes, riachos
Fazendo rachar o chão.
A  lavoura não floresce,
E o nordestino padece,
Por falta de água e  pão.
A fome se manifesta 
Por falta de chão molhado
Não tem  milho pra galinha,
Nem pasto verde pro gado.
Os sertanejos  padecem
E às vezes até falecem,
De tanto ser flagelado.
Parece  que é mesmo intriga
Da chuva com meu sertão,
Chove no sul e  sudeste,
Mas pra cá não chove não.
Também tem chuva no oeste,
Mas  aqui pro meu nordeste,
Nem água de cerração.
A vida toda se  altera
Por falta de irrigação,
A semente que é plantada
Torra  de baixo do chão.
Todo ser vivo padece
De tanto que o sol aquece,
Secando  até cacimbão.
Qual o inferno de Dante
É lamento pra todo  canto,
Crianças choram com fome
Mas só ganham acalanto.
Amigo a  fome é tão triste
Que o mais forte não resiste,
Sem deixar cair  um pranto.
Assis Coimbra
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário