Nossos ancestrais conheciam a importância do Sol. Não só conheciam, como reverenciavam o Astro-Rei! Por exemplo, todas as civilizações comemoravam o solstício de verão (o dia mais comprido do ano) como uma data especial e feliz. William Shakespeare (1564-1616) inspirou seu Sonho de uma Noite de Verão na magia desse momento. Já a data do Natal cai, simbolicamente, no solstício de inverno (noite mais longa do ano) dia 25 de dezembro, quando o Sol começa a “renascer”, ou seja, voltar a brilhar por mais tempo no Hemisfério Norte. Esse mesmo retorno do Sol coincide com a milenar comemoração do Chanuca pelos judeus, do festival Yalda pelos iranianos (Yalda deriva do significado de nascimento, e é comemorado desde os tempos da Caldéia e Babilônia), do festival romano da Saturnália, do Kračún dos antigos eslavos, e o Yule dos povos escandinavos e germânicos.
Além dos solstícios, comemoravam-se os equinócios de inverno e verão (dias em que a duração do dia é igual à da noite). O Ano Novo Persa é comemorado no Equinócio de Primavera. No Antigo Egito, o feriado de Sham el-Nessim era comemorado no Equinócio de Primavera. Na astrologia, o Equinócio de Primavera do Hemisfério Norte (data a partir da qual o dia passa a ser mais longo que a noite) coincide com o começo do Ano Astrológico na data de 21 de março (Áries). No calendário cristão, a Páscoa só pode começar depois do Equinócio de Primavera do Hemisfério Norte (21 de março) – portanto, ela nunca poderá cair antes do dia 22 de março. Enfim, todas as civilizações antigas comemoram a passagem do Sol com grandes festas e feriados.
Já para a nossa civilização contemporânea, pouco importa a passagem do Sol. As estações do ano passam despercebidas, umas atrás das outras. Os dias não são nem mais longos, nem mais curtos durante o ano, pois nós acendemos a luz. Quando está frio, liga-se o aquecedor; e quando está quente, liga-se o ar condicionado. Ao contrário dos povos antigos, que durante o dia ficavam expostos ao sol e ao ar livre, nós vivemos isolados do Sol, entre quatro paredes – em casa, no trabalho, nos automóveis, ônibus, metrôs e trens.
Até a época de nossos bisavós – época em que não existiam antibióticos, transfusões de sangue e cirurgias – as propriedades curativas e preventivas do Sol eram reconhecidas por todos. Nos hospitais, os pacientes eram obrigados a tomar “banho de Sol” diariamente. Aqueles que não podiam andar, eram levados em cadeiras. E aqueles que não podiam sentar, eram levados com cama e tudo!
Da minha infância em São Paulo, guardo a lembrança da importância dada pelos adultos a expor suas crianças ao Sol e ao ar livre. Hoje, vejo por todo lado carrinhos de bebê tapados com mantas. As crianças – pálidas! – deixaram de passar o dia nas praças e parques, para passá-los dentro de creches e escolas desde a mais tenra idade. “Brincadeiras ao ar livre? O que é isso??”
Escola, lições de casa, aulas fora da escola, cursinho, vestibular, faculdade, estágios, trabalhos, pós-graduação… nossa vida passa em confinamento. Sem Sol.
Nas últimas décadas, os médicos, a mídia e as instituições mais importantes da área de saúde têm advertido a população para se esconder do Sol. “O Sol envelhece”. “O Sol queima”. “O Sol dá câncer!”. Interessante observar que a incidência de melanoma, um câncer maligno de pele, vem aumentando continuamente, apesar da exposição cada vez menor ao Sol e uso cada vez maior de protetores solares pela população.
Um dos maiores protetores celulares, da pele e de todo o organismo, contra o câncer, é a vitamina D. E a vitamina D é fabricada na nossa pele a partir dos raios ultravioleta B do Sol!
O Sol é a nossa principal fonte de vitamina D.
Os raios ultravioleta B – único comprimento de onda capaz de se transformar em Vitamina D – é bloqueado pelos protetores e bloqueadores solares. Nós estamos vivendo, mundialmente, um período trágico na saúde da população devido à má compreensão da natureza e da necessidade dos raios ultravioleta B e da Vitamina D.
A Vitamina D possui papel importante na prevenção de uma série de doenças, como por exemplo:
- Enxaqueca
- Insuficiência da glândula adrenal
- Mal de Alzheimer
- Alergias
- Doenças autoimunes, como esclerose múltipla e artrite reumatóide
- Câncer de intestino grosso, mama, pele e próstata
- Depressão
- Diabetes
- Intolerâncias alimentares
- Hipertensão arterial e doenças cardiovasculares
- Infertilidade
- Distúrbios de aprendizado e distúrbios do comportamento
- Cáries dentárias, dentes “encavalados”
- Miopia
- Obesidade
- Osteopenia, osteoporose
- Mal de Parkinson
- TPM
- Psorías
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