Síndrome do casal perfeito
Relacionamento - Publicado em 16 de Setembro, 2009
A psicóloga Maria Cristina Capobianco tira todas as dúvidas sobre a síndrome e como manter uma relação sadia.
A psicóloga considera a síndrome do casal perfeito, como aquela em que cada um, tenta completar o outro inteiramente, sem ferir ou magoar. Mas, será que isto é possível? A terapeuta orienta e dá dicas de como se livrar da síndrome e viver um relacionamento saudável.
O que fazer para se livrar da síndrome do casal perfeito?
Não é uma tarefa fácil, pois ainda vivemos numa cultura na qual se valoriza, “Casaram-se e viveram felizes para sempre.” Nesta filosofia, os conflitos são vistos como ameaçadores à relação, há medo de separação. Os parceiros vivem seguindo um molde esperado pela sociedade, no qual as discussões não são bem vindas, não são vistas como enriquecedoras e experiências de vida, e que podem contribuir renovando a vida do casal.
Os conflitos são parte essencial da vida de um casal. As diferenças entre marido e mulher existem e são importantes de serem reconhecidas e respeitadas. As necessidades, os ritmos do corpo, os desejos, de um homem são freqüentemente diferentes daqueles de uma mulher. Pontos de vista diferentes sobre um mesmo assunto não significa a impossibilidade de convívio, Pelo contrário, se podemos escutar o outro, compreender o que ele sente e não desqualificá-lo, mas incluí-lo sem exigir dele que seja do jeito que gostaríamos que ele fosse.
Precisamos abdicar de esperar que o outro preencha todos nossos vazios. Angustia, vazio, fazem parte da existência e não dizem respeito necessariamente ao parceiro. Podem estar ligados, a outros aspectos da vida, como trabalho, maternidade, envelhecimento, etc.
O sonho de “viveram felizes para sempre” implica em pensar que não haverá transformação, que as pessoas não mudam com o tempo.
Crescemos perseguidos por clichês do que é ser uma boa esposa, uma boa mãe, uma boa mulher, um bom marido, etc. Estes adultos, ainda não amadureceram e imaginam que desta forma estão satisfazendo os pais, e serão mais amados por isto.
Quais atitudes que os casais adotam por achar que devem seguir um padrão de relação perfeita?
Acho que é a atitude da avestruz: faço de conta para o outro e para mim, que está tudo bem, que nunca há crise. Coloca-se a sujeira debaixo do tapete. Mas as angustias crescem, e muitas vezes o que observa-se e que para manter uma relação “ perfeita” , cada parceiro escolhe válvulas de escape desta angustia e exigência. Válvulas como, consumir excessivamente roupa, álcool ou drogas. Ou, ter um filho atrás do outro, para se esquecer dos conflitos da relação. Ter um amante, que possa nos dar o prazer que não achamos na relação.
E por que é bobagem cada uma destas atitudes?
Talvez, não diria que é bobagem; estas pessoas sofrem, pois não conseguem crescer e aceitar as dificuldades da vida. São eternos dependentes do parceiro e também despóticos, porque exigem que o outro se torne, provedor dos seus desejos. O homem espera que sua mulher nunca envelheça, esteja sempre bonita para que os outros o achem bem sucedido no casamento.
Qual a melhor atitude para manter a relação sadia?
Não há uma receita. A escuta, e o cuidado com o outro é fundamental. Tornar-se cada vez mais consciente dos seus desejos e expectativas do outro é importante. Admitir que o outro é um ser diferente, com uma história única, singular, nem melhor, nem pior que a nossa é importante. Tentar compreender os motivos inconscientes que existem por trás dos atos pode nos ampliar a forma de ver e sentir a vida.
Trazer os desconfortos e falar deles, sem esperar que o outro vai resolvê-los, mas sabendo que o mero ato de conversar e expressar os sentimentos pode encaminhar algumas questões.
A terapia de casal ou individual dos parceiros é muito benéfica, pois compreendemos melhor nossos conflitos, expectativas inconscientes e como foram construídas na nossa infância.
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Fonte:http://www.dicafeminina.com/
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